Esta é uma reflexão que anda há uns tempos a marinar na minha cabeça, o uso que faz destas duas palavras.
Obrigado. Hoje em dia, a intenção subjacente a esta palavra é o agradecimento. Mas a palavra deriva do verbo obrigar. Então quando digo obrigado a alguém, estou a dizer que me sinto obrigado a fazer algo pelo favor que recebi dessa pessoa, passa existir obrigação de se fazer algo para compensar o acto de outrem que nos foi favorável, isto parece-se mais com contabilidade organizada, de um deve e haver. Ora, quando faço algo por alguém, eu não espero que esse alguém se obrigue a fazer algo por mim, nem chego a desejar isso, por que, aquilo que eu fiz foi um acto de dádiva pessoal desinteressado e sem esperança de retorno, em última instância um acto de amor incondicional. Proponho então a substituição desta palavra por: “Estou-te agradecido” ou “Estou-te grato”. Fica aqui a proposta.
Desculpa. Sentimos que vivemos num mundo cheio de culpa, há culpa por todo o lado. A palavra desculpa tem como intenção subjacente pedir um perdão antecipado à pessoa possivelmente afectada por algo que nós fizemos ou dissemos. Mas esta palavra significa tirar a culpa de um acto. Se faço ou digo algo a alguém, e estou a fazer ou a dizer coisas que há partida estão, para mim, isentas de culpa, por que estou a transmitir, através de actos e palavras, a minha verdade interior, aquilo que realmente estou a sentir dentro mim que tenho de fazer ou dizer àquela pessoa, isto tudo sem culpa alguma, então como posso me sentir culpado? Como se origina o sentimento de culpa, caso a outra pessoa se sinta ofendida por aquilo que fazemos ou dizemos? A questão aqui é, de quem é o problema? Do transmissor da mensagem pessoal íntima, ou do receptor desta mensagem? O problema é do receptor, ele é que vai gerar a culpa, vai exigir do outro um pedido formal de desculpas. Mas como pode o transmissor ser o culpado, se a mensagem saiu dele, como a sua mais íntima verdade? O receptor não estava em modo de acolhimento genuíno da mensagem do outro, e portanto entra em modo de juízo e condenação, e de seguida de reparação. Proponho então, a substituição desta palavra por: “Perdoa-me, se te sentiste ofendido”, ou “Se te sentiste ofendido por aquilo que te disse ou fiz, acredita que é a minha mais íntima verdade”, ou “Aceito que tenhas tomado aquilo que para mim é a verdade, como uma ofensa”.
Digam-me o que sentem em relação a isto. O que sentem quando dizem estas duas palavras? Venham, também, de aí outras propostas.
quinta-feira, julho 20, 2006
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10 comentários:
Acho as tuas propostas para alteração de duas palavras que não fazem sentido, optimas. Mas sabes e engraçado eu estou sempre a Dizer ao David, o que se diz bébé, pede desculpas bébé... mas vou tentar, e está prometido, fazer com que ele deixe de utilizar estas duas palavras da meneira que é encutido pelos outros, mas que ele utilize os termos que nos propões...
Estou te agradecida.
beijinhos
ME
Sabes o que eu acho?
Além da explicação que deste, acrescento:
Que o uso demasiado das palavras as torna sem valor. OU pelo menos origina que as palavras percam o devido valor.
Já dizemos "obrigado" por tudo e por nada.. até dizemos na vez dos outros e sem proposito algum, já nem da nboa educação excessiva, mas sim porque já sai da boca para fora com um habito.
Nao quer isto dizer que todas as pessoas sejam assim , algumas pecam por nunca usar nenhuma das palavras, nem as usuais, nem as que sugeres.
(lá estou eu a esticar-me)
O que quero dizer é o uso das frases que sugeres, talvez chame mais a atenção do receptor pela diferença, e assim compreenda e sinta o que realmente queremos demonstrar.
Bjus..
PS - Sinto que nao me expliquei muito bem, mas olha, isto hoje está assim...LOL
Também eu tento evitar estas duas palavras. A tua reflexão é interessante.
Estou agradecida pela tua visita e comment.
Abraço
Alma-íris
Aragana,
Estica-te à vontade, não te preocupes.
Quanto ao teu PS, eu entendi o que tu disseste.
Grato pela tua visita,
Luís Carlos
Alma-íris,
Não há acasos.
Em relação a isto estamos sintonizados.
Grato pela tua visita,
Luís Carlos
No amor entre as pessoas essas palavras não deveriam existir porque desnecessárias...
gosto das tuas propostas.
Beijos
Sabes o que te digo? Há pessoas que só andam mesmo cá para ver o que cai do céu... E tudo o que vier à rede é peixe... E obrigado e desculpa... espiritualidades...
Não me consigo dar nome...
Luisa
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