Venho hoje contar a minha viagem de sábado passado, para além ser uma viagem exterior e solitária, foi também uma viagem ao meu interior, foi uma prova em que eu me meti comigo mesmo. Mas havia alguns problemas logísticos a serem resolvidos, para começar decidi na sexta-feira anterior fazer a lavagem de roupas que é costume ser feita aos sábados de manhã, assim fiquei só com a roupa da cama e toalhas da casa de banho para lavar no sábado de manhã (coisas de homem a viver sozinho).
Assim na sexta decidi ir à Azambuja, vila onde nunca tinha estado, tinha passado muitas vezes perto de lá, mas nunca tinha entrado. Logo à entrada, em placas castanhas dizia "Vala real, Palácio", estranhei a existência de palácios naquela zona, por isso, depois de uma caminhada pelo centro da vila, basicamente pela rua principal, com a sua igreja matriz, que eu gostei muito, tudo muito arranjado e cuidado, e muito refrescante apesar do calor, sente-se a terra em todo o seu esplendor e alegria, e também os cheiros, aquele cheiro de lezíria, há muito tempo que não me deliciava com estas coisas.
Como não me estava a apetecer ter um grande almoço sentado num restaurante, fui ao Intermarché de lá, para comprar umas coisas frugais para o almoço, e decidi ir ver o tal palácio, depois de fazer uns poucos quilómetros por estrada de alcatrão, encontrei a placa a dizer "Palácio", meti-me então por uma estrada de terra batida, a poeira na parte de trás do carro era uma imensa nuvem, adivinhei então a chegada ao palácio através do avistamento de uma avenida de palmeiras, cheguei então ao palácio, um casarão com avisos de derrocada e vedado com rede, apercebi-me depois que parte vedação de segurança tinha sido mandada abaixo, e olhando com mais cuidado, vejo lá dentro uma família com crianças, todos a deliciarem-se com a comida trazida de casa, mas um completo desprezo pelas regras mínimas de segurança, depois se acontece alguma coisa, a culpa é do governo.
O palácio encontra-se junto à tal Vala Real, com uma agradável vegetação ao seu redor, com muita sombra, pena é as moscas, mesmo não tantas como noutros locais, mas elas já cá estão há mais tempo, e nós chegamos em último lugar. Entre uns iogurtes líquidos, bolachas e batatas fritas, lá satisfiz a necessidade da natureza, aproveitei então para escrever este post no meu PDA, entrecortado pela leitura do livro do OSHO, “O Livro do Homem”, inspiro fundo e sinto esta natureza que está ao meu redor, estou a puxá-la para dentro de mim, quando expiro essa natureza já não sai só pela boca ou nariz, agora sai pela pele, sinto-me a explodir, e expludo num AHHHH!!!! E vem-me a seguinte frase “Estou a Ser” e estremeço.
OK! Está na hora de ir de volta a casa.
segunda-feira, julho 10, 2006
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3 comentários:
Obrigado pela visita cheia de paz ao 125. Ser, tão mais importante que ter... Semana feliz, acolhido em múltiplos abraços.
Vim retribuir a visita ao Manual. E li e estive nessa viagem também. Eu "estou sempre a ser", também.
quando regressamos às nossas verdadeiras origens - a natureza mãe - acontece-nos isso...
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