domingo, junho 18, 2006

Masculinidade

Este comentário aconteceu após a leitura do post de 16 de Junho de 2006, no blog Araganices, da Aragana. Lá encontra-se uma imagem que revela um preconceito em relação aos homens. Aqui vai.

Ainda dizem que é mais fácil ser homem que ser mulher. Não vêem a quantidade de preconceitos que existe na sociedade humana em relação ao homem? E eu estou de acordo em acabar com os preconceitos em relação às mulheres. Estou disposto em entender a sua psicologia, a sua dinâmica natural, os seus ritmos. Para mim, não há seres humanos totalmente homens ou totalmente mulheres. Para mim, como homem, também é importante desenvolver a minha parte feminina, por que só assim posso chegar a esse entendimento da mulher.

O homem desde da sua adolescência em que toma consciência das mulheres como seres humanos diferentes e complementares, que reage a elas (ou não, também há esses casos).

Para mim, há três formas de excitação masculina; a primeira, é pela forma química, decerto que já ouviram falar das feromonas que atingem o olfacto masculino e o faz despertar para a acção sexual do homem; a segunda, é através de imagens (por aquilo que se vê) ; a terceira, é através dos pensamentos eróticos, que também podem ser sonhos eróticos. Em nenhuma destas três formas disse que a culpa da excitação sexual do homem, é da mulher. A excitação sexual do homem é da responsabilidade do homem, e depende do nível de domínio pessoal (até certo ponto) das suas funções sexuais, pode utilizar a razão, pode usar a mente, pode usar a meditação, para esse controlo, e não estou a falar de castração psicológica do homem. A comunicação com as companheiras é fundamental, e pode ser necessário dizer-lhes que quando se tem uma erecção, não tem de haver coito, e isto é apenas um exemplo, muitas mulheres vêem nesta situação, a vontade imparável de fazer sexo por parte do homem, e pode não ser verdade.

Outras situações podem acontecer, e as mulheres não sabem o desconforto que é para o homem, por exemplo, estar nos transportes públicos e ter uma erecção espontânea, se alguém repara, um tipo é logo rotulado de porco (com o devido respeito pelo animal), tarado sexual e outras coisas afins; fique claro que eu não estou a admitir, aquelas coisas, de roçar nas mulheres, de dar uns apalpanços à mulher mais próxima.

Claro que não é comparável, mas mesmo assim, quando as mulheres estão com o período menstrual e se sentem desconfortáveis, também os homens se sentem desconfortáveis com erecções indesejáveis.

É um bom princípio que os homens e as mulheres comuniquem entre eles, aquilo que sentem. Sexo é bom, mas o homem não é apenas uma fábrica de esperma, que por acaso as mulheres usam para poderem ter novamente bonecas para brincar, como se fosse um retorno à sua meninice perdida. O respeito mútuo é importante, e como já disse, a comunicação de sentimentos e de sensações é vital para uma relação.

Mostrar o cérebro do homem na ponta do pénis, é dizer que o homem pensa com o pénis, para mim, é uma visão redutora daquilo que é ser homem. Compreendo mais facilmente aquela gravura em que grande parte do cérebro do homem é ocupada com a palavra “Sexo”, mas com outras qualidades de dimensões mais reduzidas.

Se lutamos facilmente pelos direitos da mulher, para uma sociedade mais equalitária, e lutamos também, contra os tabus e preconceitos em relação à mulher, e com todo o meu apoio. Depois desse ajuste na sociedade humana,

Como fica os direitos, os tabus e os preconceitos em relação aos homens?

3 comentários:

Stella disse...

Estou de acordo ctg, estamos sempre a falar dos direitos da mulher, e por vezes esquecemo nos dos direitos dos Homens!
Embora, aqui entre nós, há alguns que nao merecem direitos nenhuns, mas tb ha algumas que tb nao merecem... mas sim tens razão, onde estão os direitos dos homens!

bjos

Desassossego disse...

Olá...
eu acho é que o homem e a mulher têm sido demasiado condicionados e padronizados pelas convenções sociais... que formatam aquilo que é o masculino e o feminino...

Anónimo disse...

Sim, forma lúcida de ver a "realidade": Sem dogmas, sem "floreados", apenas com bastante "análise". Gostei e acrescento: não misturemos nunca as necessidades do nosso "corpo" com o "amor". São coisas completamente diferentes. Quando o nosso corpo "apresenta" necessidades, como por exemplo, fome, devemos comer. Quando tivermos sede devemos beber. Se sentirmos necessidades "sexuais" e não tivermos companheiro/a, que tal "saciarmo-nos" a nós próprios.Temos que ser nós a "cuidar" da satisfação do nosso corpo.E não é difícil fazê-lo.
As necessidades físicas, sejam elas quais forem, são mecânicas. Não necessitam de sentimento para serem saciadas...
É claro que quando existe amor,quando existe um companheiro/a a "satisfação" das nossas necessidades toma outros contornos.
Ainda há dias comentei num blog acerca da masturbação e fiz a seguinte comparação:
Quando temos fome comemos. Sentamo-nos, mastigamos, podemos ou não ter satisfação, mas no final sentimo-nos saciados. Já não sentimos fome. E esse é o objectivo!
Quando decidimos ter uma refeição na companhia de alguém especial, ou até só entre amigos, tudo tem outro sabor. Comemos sim, mas existe um intercâmbio de preocupação; queres mais, queres uma água, queres um café... E tudo se desenrola numa boa harmonia, a comida tem outro "sabor", o acto de "comer" em si torna-se único. Porque existe sentimento, chegamos ao fim da nossa refeição FELIZES, bem dispostos. E tudo isto porque houve uma "troca", houve uma "preocupação" pelo outro. Para além de tudo sentiu-se a preocupação na satisfação do "outro", do seu "bem-estar".
Nestas alturas também saciamos as nossas necessidades, mas acrescentamos aquela dose de "amor" necessária para fazer toda a diferença...

Quer homens, quer mulheres por vezes misturam tudo... e o resultado são as frustrações nas relações, nas expectativas. Muitas vezes aquilo que chamamos de nosso Amor não passa realmente duma forma de termos alguém que nos "satisfaça" as grandes necessidades sexuais que o corpo nos apresenta. Saibamos separar o trigo do joio.


Muita Luz na tua Vida