Eles sentaram-me à mesa do medo
No banco mesmo a seu lado
Sentia-lhe o corpo hirto
E gelado de tão perto
Sentia-lhe o cheiro podre
De tão velho
Que o medo perdeu a idade
No labirinto dos homens
E escorre pela sombra
Dos corredores
Eles sentaram-me à mesa do medo
No banco mesmo a seu lado
Ouvia-lhe a boca negra dizer-me:
“não penses, assim não sofres”
Virei a mesa do medo
É pensei
Que há mais para virar
Virei-me por dentro
Até despertar
Eles sentaram-me à mesa do medo
No banco mesmo a seu lado
Ouvia-lhe a boca negra dizer-me:
“não penses, assim não sofres”
Virei a mesa do medo
E pensei
Que há mais para virar
Virei-me por dentro
Até despertar
Poema da música "Prisão"
da Mafalda Veiga
sexta-feira, abril 20, 2007
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4 comentários:
Eu continuo a achar que esta Mafalda canta para mim...
Pois, olhar bem para dentro onde estão todas as respostas, no entanto, por vezes é necessário um pequeno despertador exterior...
Um beijo doce...
Inspiradora a sua prisão; daquelas que nos fazem pensar nos por quês das correntes, das impossibilidades e nãos da vida e de nós mesmos.
BeijUivooooooooooooossssssssss
pq penso q minha vida se enquadra em tal texto?...
Todos acabamos por achar que este texto foi escrito para nós, vivemos agarrados muitas vezes ao nossos medos, agrilhoados a tantos conceitos e preconceitos e nem sempre é fácil dizer basta ou também muitas vezes falta a coragem de o dizer, por isso admiro muito quem o fez e faz.
Beijinhos grandes para ti, passa um excelente fim de semana...!!!
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