Aí vem o Natal do consumismo (compra-se até mais não).
Aí vem o Natal da religião dominante (que até tem feriados nacionais, tendo o estado português pela constituição não ter religião oficial).
Aí vem o Natal da mentira (Jesus não nasceu do dia 25 de Dezembro, e nem me interessa quando nasceu, o que realmente conta é o seu coração e amor que tem por nós todos, assim sejamos nós também).
Aí vem o Natal do Pai Natal (vestido com as cores da Coca-Cola, nunca um anúncio foi tão barato) e também existe a Mãe Natal (espectáculo!!!).
Aí vem o Natal do presépio com o menino Jesus deitado nas palhinhas com seus pais à volta e também com os animais, o burro e a vaca, sempre esta imagem bucólica, que anestesia por momentos aqueles pensamentos de agressividade, de raiva, de culpa, de medo, que povoam as cabeças durante o ano todo, mas que agora acham que não podem ser assim, mas passando a época natalícia, voltam ao mesmo.
Aí vem o Natal das caridadezinhas, agora é a época em que se mostra que as figuras públicas são boazinhas, que as empresas são boazinhas, que as pessoas dão o lixo que têm casa às instituições que acolhem crianças e jovens; e então o resto do ano, andam a fazer o quê? Vê-se na televisão os milhares de euros que se dão a esta e à outra instituição, vê-se aquela e a outra figura a abraçar crianças e dar muitos beijinhos, mas sempre com uma pose cuidada para que fique bem na televisão.
Aí o vem Natal das prendas, a obrigatoriedade de dar prendas, mas poucos são os que falam em se dar, dar-se em bem mais difícil, envolve mais do que dar coisas, é dar-se continuamente, em qualquer altura do ano, é um compromisso, é um relacionamento.
Aí vem o Natal, das mensagens de Boas Festas que nos inundam as nossas caixas de correio electrónico e SMS dos telemóveis, como se no resto do ano não haja ocasiões para desejar felicidades e boas festas.
Ai o Natal, que nunca mais passa!!!!
segunda-feira, dezembro 22, 2008
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