"Enquanto os Povos de todo o mundo celebram, ainda que inconscientemente, o natal do Sol, no pleno do seu solstício de Inverno, as Igrejas eclesiásticas, a católica romana e as protestantes, metem-se nos seus locais de culto a celebrar o natal do mítico menino-jesus. A pompa maior, pelo menos, no Ocidente, vai inteira para Roma, com sucessivas missas, a do galo, a da aurora e a do final da manhã. Se repararem bem, as celebrações dos povos, ainda com a sua dimensão fortemente familiar – começa já a diluir-se e não levará muitos anos que nem esta dimensão se manterá, fica só a do desenfreado e demente consumismo – são, por enquanto, bem mais festivas e humanas que as das Igrejas eclesiásticas, por mais pompa de que se revistam as suas liturgias. Então as liturgias presididas pelo papa Bento XVI são um desastre. Não há ali um pingo de humanidade, de alegria, de bem-estar, de felicidade. É tudo tão frio, tão patriarcal, tão ritual, tão sem graça, tão cerimonial, que não se entende como é que ainda há quem se desloque de longe para fazer monte em todo aquele gelo litúrgico. São figurantes num espectáculo cujo guião exige a presença de multidões e estas não se fazem rogadas e lá vão. São figurantes na vida real e assim continuam, também nestes dias de mentira. Jesus, o de Nazaré, não é mentira, obviamente. Mas este menino-jesus que as celebrações natalícias das Igrejas apresentam, é. Os cultos são mentira e o menino-jesus, cujo natal todos esses cultos pretendem celebrar, também é. O Jesus real, histórico, nunca gostou de cultos. E, quando foi ao Templo de Jerusalém, foi para anunciar que de tudo aquilo não ficaria pedra sobre pedra. E não ficou."
Diário Aberto de 28 de Dezembro de 2008 do Mário de Oliveira
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1 comentário:
Talvez seja esta a explicação para que o Natal não me dizer muito e não ser grande adepto, pois sinto que é tudo menos o que era suposto ser... mesmo para quem se afirma cristão...
Afinal qual é o Natal de Jesus?
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