quinta-feira, março 12, 2009

O pecado do medo ou medo do pecado - 1ª parte

As igrejas cristãs deviam ser chamadas de igrejas do pecado, pois é isso que elas proclamam urbi et orbi, obviamente elas dizem que se sustentam nas palavras de Jesus, o problema é que o pecado judeu é diferente do pecado cristão (ver Wikipédia, que diz, “O Judaísmo considera a violação de um mandamento divino como um pecado. O judaísmo ensina que o pecado é um acto e não um estado do ser” e ainda,” O Judaismo defende que todo o Homem nasce sem pecado, pois a culpa de Adão não recai sobre os outros homens”), mas elas não fazem, ou não querem fazer, essa distinção, portanto quando Jesus fala de pecado, fala do pecado judeu e este pecado nunca é de condenação eterna.

O pecado cristão tem uma carga muito maior que o pecado judeu, o pecado cristão vem cheio de medo e de terror, capaz de destruir qualquer sã pessoa. Deus já não é Amor, Carinho, Afecto, passa a ser Legislador, Juiz, Carcereiro, Castigador.

Para mim, sempre que alguém (e eu incluído) tem medo está a pecar, não confundir receio com medo, o receio dá-nos consciência do que se passa à nossa volta mas faz com que avancemos; o medo faz-nos ficar cegos, frios, paralisa-nos, atrofia-nos.

Assim, o medo constante de estar a pecar, leva-nos a uma paralisia e a um atrofiamento do nosso viver humano pleno, e é isto que as igrejas cristãs têm alcançado com os seres humanos que lhes têm passado pelas mãos, o resultado é estes problemas que temos na sociedade humana.

Dentro destas igrejas, não conseguimos nos aceitar como seres humanos plenos, pois existe sempre uma falha (vulgo, Pecado Original) e que nunca seremos perfeitos (Deus falhou na nossa construção, menos na construção de Jesus), por outro lado, através das práticas e ritos destas igrejas cristãs podemos remendar os falhanços de Deus, sendo perfeccionistas, connosco e com os outros; então a loucura e a insanidade começa de modo suave mas eficaz a apoderar-se da(s) pessoa(s), aí existe dois caminhos; um vai para o lado de ser escravo deste perfeccionismo, estes são os fiéis que seguem cegamente as indicações dos superiores da sua religião; o outro vai para o lado de ser senhor deste perfeccionismo, sendo eles/elas, papas, bispos, cardeais, padres, madres, freiras, que criam e difundem os preceitos e os ritos que os tais fiéis terão que seguir à risca para agradar à divindade.

Estes e estas, últimos são os que perpetuam a loucura e a insanidade, sobre como temos que ser perfeccionistas, dizem-nos “Vós não sois perfeitos, mas podem talvez, se seguirem as nossas leis, cânones, ritos, preceitos, chegar a ser santos, e quando morrerem irem talvez para o Céu”.

Ser perfeito não é atingir a perfeição. Tentar atingir a perfeição é perfeccionismo. Ser perfeito é aceitar-se como perfeito, aceitar que Deus/Amor/Vida está/é em nós sempre e em qualquer lugar que estejamos. Ser perfeito não é um ser acabado, é um ser a fazer-se, em construção, não que Deus tenha falhado na nossa construção, mas em unidade pessoal com Deus, somos simultaneamente, criados e criadores de nós mesmos. A criação de Deus não acabou ao fim de sete dias, pois em termos cósmicos estamos ainda no início do sexto dia.

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1 comentário:

marcioluzo disse...

Bom Luis Carlos gostei da forma como voce colocou a questão.Acredito que e de suma importancia discutirmos estas questoes pois de alguma forma somos atingidos por elas.Se eles discutem a forma de nos influenciar e nos arebalhar por que nao podemos construir tambem nossas proprias ideias a respeito de tais questoes.
Gostaria de lhe fazer um convite para que voce faça uma visita em meu blog(http://mluzo.zip.net/) pois estou preparando um texto que fala da "cultura do medo" pregados por alguns religiosos.
Um grande abraço e fique na fé!!