“O ministro da Saúde do Vaticano, o cardeal mexicano Javier Lozano Barragán, afirmou hoje que, para a Igreja católica, "o direito de morrer não existe", ao condenar uma decisão da justiça italiana que autorizou uma mulher há 16 anos em coma a deixar de receber alimentação.
"A vida é sagrada. Não existe o direito a morrer", declarou o presidente do Conselho Pontifício para a Saúde, em entrevista ao jornal italiano La Stampa.
"Não dar de comer e beber a Eluana é como cometer um homicídio, é deixar alguém morrer de fome e de sede, condená-la a um final monstruoso", destacou o cardeal.
A Corte de Apelação da Itália decidiu na quinta-feira suspender o último obstáculo legal que impedia que a paciente, em coma desde 1992, parasse de ser alimentada, como desejava o seu pai. O caso gerou uma grande polémica no país, onde sectores da sociedade pedem que o chamado "testamento biológico", que assegura uma morte digna caso a pessoa fique irreversivelmente inconsciente, seja implementado.
Religiosas da clínica onde Eluana está internada, perto de Milão, são contra a transferência da paciente e ofereceram-se para cuidar dela até o fim natural dos seus dias.
"Se algumas pessoas a consideram morta, então deixem-na connosco, porque para nós ela está viva. Nada pedimos em troca, só o silêncio e a liberdade de amar e ajudar os fracos", declararam as religiosas em comunicado.
Eluana pode ser transferida para outra clínica de Itália, porque aquela onde está actualmente é abertamente católica e, por isso, recusa-se a cumprir a decisão judicial.”
O Vaticano composto pelos seus cardeais e bispos, dizem que “Não existe o direito a morrer”, e eles bem sabem do falam, para eles, existe o direito de matar quando é preciso. Matar, morrer. Morrer, matar. Falam da vida ser sagrada, mas eles “matam-se” por dentro, com aquelas vestimentas e chapéus, e dentro daqueles moralismos e fanatismos. Pelos vistos, hoje Jesus seria proibido de se deixar matar ou morrer, pela Igreja Católica que se diz, a verdadeira igreja de Jesus, ou melhor de Cristo. Oh meu Jesus de que te livraste tu.
A Vida é para ser vivida em abundância, ainda não perceberam que as pessoas não são vegetais, as pessoas são animais com anima (alma). Se a vida de uma pessoa é suportada por máquinas, qual é a abundância de vida que uma pessoa em coma tem? Que corra, que salte, que chore, que ria, 16 anos meus senhores, para quê deixar a alma presa a um corpo sem hipóteses de auto-sustentar-se? O final é mais monstruoso para aqueles que morrem por que não havia, nem água nem comida disponíveis, e nada foi feito para tal não ter acontecido, como em África e noutros continentes onde há fome, tanto é ladrão, o que rouba como o que fica à porta; agora para a Eluana, não lhe dar comer e de beber é um acto de misericórdia, quantas vezes não sentimos isso pelos animais que estão a sofrer e lhes acabamos com o seu sofrimento? Mas não é possível com as pessoas que estão em coma, anos e anos?
E depois ainda vem “os abutres da caridadezinha” dizer que a Eluana fica bem com elas, como se a vida da Eluana fosse sua propriedade, querem-se apropriar de uma vida humana, querem sugá-la até ao tutano, o pouco que lhe resta, de modo a que elas possam ganhar o céu através de “ajudar os fracos” como se elas fossem fortes, só mesmo pessoas “mortas” como elas estão por dentro podem dizer que Eluana está viva, está viva graças a máquinas que sustenta uma vida falsa, o corpo assim não é mais do que uma prisão e ninguém deve estar preso. Estes “abutres” ainda acrescentam que “ofereceram-se para cuidar dela até o fim natural dos seus dias”. Natural? Sabem lá elas o que é natural, elas que se castraram de ter uma vida natural. Como pode ser natural com a ajuda de máquinas? Eu não sou contra a utilização de máquinas na sustentação da vida, mas dentro de um prazo razoável, dá-se tempo para que o corpo se restabeleça, a partir daí é “morte” para quem está em coma, como para quem acarinha a pessoa em coma.
O senhor Javier gosta de ver pessoas presas, por que ele mesmo está preso e enredado no esquema bem montado pela ardilosa Cúria Romana, só pessoas presas é querem manter todos os outros presos, seja no corpo sem viabilidade, seja na mente torpe, ele tem gosto por estas coisas. E por isso não aceita uma vida com alegria, felicidade, gozo, entrega interpessoal, apenas defende a vida, mas só quando o corpo não tem viabilidade, quer que se continue a torturar a Eluana, como pássaro dentro de uma gaiola, não quer que se abra a porta da gaiola, quer que se continue a cuidar da gaiola quando ela está ferrugenta e instável.
Para mim mesmo pedirei que me libertem do corpo, quando ele não for capaz de bastar por si mesmo e que necessite de máquinas, que dêem um tempo para o meu corpo se possa restabelecer, depois desse tempo, libertem-me do corpo, o meu corpo é pó da Terra e nela ficará, para que todos os ciclos se completem, há Vida para além do corpo, como costumo dizer “o corpo é como um iogurte, tem um prazo de validade”, que se pode estragar antes do prazo, como pode se manter para além desse prazo, mas acabará sempre por se finar.
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quinta-feira, fevereiro 05, 2009
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1 comentário:
é um assunto mt complexo.
cada qual tem a sua opinião ou consciência.
eu pessoalmente não tenho opiniao formada...mas estou inclinado para valorização da vida...!
Há um confronto enorme entre liberdade e vida.
Como dizia, não tenho opinião formada...mas Cristo não decidiu morrer, decidiu sim aceitar a dor que iria atravessar..., na qual acabou na sua morte e posterior ressurreição!
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