quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Vida e Cancro

Quem é que não está contra o cancro?

Quem é que acha que deve ser tratado e eliminado?

Cancro é um conjunto de células que se rebelaram contra o nosso organismo, este conjunto de células que tinham o mesmo ADN das outras células do nosso corpo, sofreram mutações e em vez de cooperar com o nosso corpo, passaram a destruí-lo.

Quem é que vem à praça pública dizer que destruindo o cancro é destruir a vida?

Aquele conjunto ou aqueles conjuntos de células cancerígenas não serão vida?

Pois então, que aqueles que dizem defender a vida, pois que morram de cancro. Não deveria ser permitido que fossem para os hospitais para que lhes fossem retirados os cancros, afinal são defensores da vida a todo o custo, devem preservar todas as células que existem no seu corpo.

Eu defendo a vida humana, mas não a todo o custo.

As formas de vida assentam em três pilares e basta um deles não estar funcional para que essa forma de vida deixe de existir.
Estes pilares são: Adaptabilidade, Adoptabilidade e a Sustentabilidade.
A Vida é para sempre, mas as formas de vida não, pois dependem destes três pilares. Perante esta minha crença.
Para quê manter indefinidamente, as pessoas ligadas a máquinas de sustentação da vida?

Eu não sou contra o uso das máquinas de sustentação da vida, devem ser usadas sempre, mas até a um prazo razoável, eu sinto e já disse para mim mesmo que se me acontecer qualquer coisa que me deixe ligado a uma dessas máquinas, e se dentro de uma semana eu não reagir, desejo que desliguem a máquina. É claro que não imponho este prazo a ninguém, mas pode ser tomado como prazo razoável em forma de lei em caso de a pessoa não ter expresso outro prazo.

Eu percebo a crença cristã, de que só temos esta possibilidade de viver, e que depois de morrermos, viveremos eternamente no céu, sem nunca podermos ter outra possibilidade de viver outra vida humana. Aqui reside o medo, o delírio, a loucura na defesa neurótica da vida humana a todo o custo.

Se um dia, num exame médico se descobriu que eu tenho cancro, eu quero tirá-lo do meu corpo, mesmo sabendo que o cancro são células vivas.

3 comentários:

Desassossego disse...

Sabes Luís eu acredito que o segredo passa por não impor-mos aos outros as nossa crenças e quadros de valores como regra para a acção e conduta. Limitar a acção do outro com base nas nossas crenças, valores, conceitos e preconceitos traduz-se em prisão e limitação...
Um beijo doce.

C. disse...

lol, grande malha, muito bem!!!melhor que qq gato fedorente

Funny disse...

A minha opinião aqui é muito clara. Cada um devia ser livre de tomar a sua opção.

Percebendo no entanto Luís, que na tua forma de ver a vida, o sofrimento é desnecessário nestas situações, porque a vida não termina, apenas a forma física se transforma. No entanto não o podemos impor a ninguém.