"Ter suficiente domínio sobre si mesmo para julgar os outros em comparação consigo e agir em relação a eles como nós quereríamos que eles agissem para connosco é o que se pode chamar a doutrina da humanidade; nada há mais para além disso.
Se não se tem um coração misericordioso e compassivo, não se é um homem; se não se têm os sentimentos da vergonha e da aversão, não se é um homem; se não se têm os sentimentos da abnegação e da cortesia, não se é um homem; se não se tem o sentimento da verdade e do falso ou do justo e do injusto, não se é um homem. Um coração misericordioso e compassivo é o princípio da humanidade; o sentimento da vergonha e da aversão é o princípio da equidade e da justiça; o sentimento da abnegação e da cortesia é o princípio do convívio social; o sentimento do verdadeiro e do falso ou do justo e injusto é o princípio da sabedoria. Os homens têm estes quatro princípios, do mesmo modo que têm quatro membros."
Confúcio, in 'A Sabedoria de Confúcio'
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
quinta-feira, fevereiro 07, 2008
Quando há amor
"Mas há sempre uma identificação quando há amor, não é?
Sim, mas como deve ser a identificação? Acho que deve ser o seguinte : amar de tal maneira que ajude o amado a ser o que é quando ama, que ele procure ser o melhor que é quando ama. Então ajudá-lo nisso, mas sem perder a própria identidade. Não se transformar coisa nenhuma e procurar também , amando, ser o melhor possível, porque é capaz de esse movimento convergente de um e do outro, um e outro estimulados, acabar nalguma coisa que é o número um, que se junta o número dois. É um outro aspecto de filho. Que se junta no número um e torna-se o amor a si próprio ou torna-se aquela coisa fundamental que é capaz de ajudar todos os outros a entrarem na crucial disponibilidade. Me parece que o fundamental é não querer atingir este ou aquele objectivo. O fundamental é estar disponível para o objectivo que nos arrastar a nós. Isto é, para aquilo que nos apaixonar de momento ou não, com muito cuidado, porém, de se não deixar de absorver, de não se deixar transformar no objectivo, de não se deixar transformar, como no soneto do Camões. Ser capaz de avançar sem se perder."
Diálogos com Agostinho da Silva
O Império acabou. E agora?
Antónia de Sousa
Sim, mas como deve ser a identificação? Acho que deve ser o seguinte : amar de tal maneira que ajude o amado a ser o que é quando ama, que ele procure ser o melhor que é quando ama. Então ajudá-lo nisso, mas sem perder a própria identidade. Não se transformar coisa nenhuma e procurar também , amando, ser o melhor possível, porque é capaz de esse movimento convergente de um e do outro, um e outro estimulados, acabar nalguma coisa que é o número um, que se junta o número dois. É um outro aspecto de filho. Que se junta no número um e torna-se o amor a si próprio ou torna-se aquela coisa fundamental que é capaz de ajudar todos os outros a entrarem na crucial disponibilidade. Me parece que o fundamental é não querer atingir este ou aquele objectivo. O fundamental é estar disponível para o objectivo que nos arrastar a nós. Isto é, para aquilo que nos apaixonar de momento ou não, com muito cuidado, porém, de se não deixar de absorver, de não se deixar transformar no objectivo, de não se deixar transformar, como no soneto do Camões. Ser capaz de avançar sem se perder."
Diálogos com Agostinho da Silva
O Império acabou. E agora?
Antónia de Sousa
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