sexta-feira, setembro 14, 2007

Reflexão sobre o post anterior.

Geralmente os argumentos da divindade de Jesus assentam nos seus “milagres” e “prodígios”, como se Jesus curasse tudo e todos, sem qualquer respeito pelas pessoas que cura, usando-as como meros instrumentos de prova da sua excelsa divindade e vaidade, ora, o que Jesus praticou foi ciência de alto grau existente na sua época, obviamente quem não conhece nada de ciência e não entende como funcionam os fenómenos, julga que são algo de “extraordinário” e fora do normal, ainda hoje acontece isso, e ainda mais acontecia naqueles tempos.

A afirmação de que Jesus é Filho de Deus, faz com que nós sejamos Filhos de Deus, mais, se Jesus é Deus então nós somos Deus, somos todos Um em Deus. Se Jesus é divino assim também nós o somos no mesmo grau que o dele, a diferença reside na tradição oral que nos é transmitida e inculcada desde pequenos, coisa que não aconteceu com Jesus com sua iniciação e educação com os essénios.

A religião institucional fugia, foge e continua a fugir de estar ao lado da ciência, não se deixa acompanhar por ela. Pois a ciência esclarece aquilo que é visto como mistério, este mistério é usado como ferramenta de superstição, a superstição é usada como ferramenta de divisão (tipo “eu sei e tu não sabes”), a divisão é usada como ferramenta da criação de castas, as castas são usadas como ferramenta do medo, o medo é usado como ferramenta do poder.

Assim se apresentavam aquelas pessoas à beira do tanque, espezinhadas pelo poder das castas sacerdotais e sem ciência. Aquele homem jazia ali havia à trinta e oito anos (perto do número 39, 13x3=39), que quer dizer muito tempo, quase uma eternidade.

O mistério, a superstição estavam em alta naquele lugar, o desespero é tanto que a ciência não entra. E que anjo tão caprichoso era aquele que não cuidava daquele que não tinha ninguém para pô-lo no tanque, assim são as igrejas institucionais, falam-nos de salvadores, de cristos, de filhos únicos de deus, de alguém que faça algo por nós, de alguém que nos deixa prostrados uma eternidade, de adoração, de missas, de ritos a serem cumpridos rigorosamente, do modo de agradar a deus, mas não nos falam da liberdade do espírito, da nossa decisão pessoal, do nosso compromisso com a vida, do sairmos do nosso lugar, não nos perguntam se queremos ser curados para depois curar-nos a nós mesmos, para nós deixarmos de estar à espera de um “milagre” externo, quando o milagre deve ser interno.

Jesus avança com a ciência e amor, e com o aval daquele homem que há trinta e oito anos era deixado para trás, só mesmo através dele é que Jesus se sente com autoridade para proferir aquelas palavras de ordem, com o efeito de quebrar os bloqueios mentais, tais como não acreditar em si próprio, como não se sentir feliz, como não se sentir um ser humano completo, como não se sentir capaz de se curar por ele mesmo. Não foi Jesus que o curou, foi ele que se curou a si próprio, Jesus foi apenas o desbloqueador, aquele que quebra barreiras.

E era sábado, dia em que Deus descansou, e isto quer dizer que Jesus não é um deus para ser adorado, ele sempre fugiu dessa situação, não compreendo que hoje assim seja considerado, e que tenhamos que o adorar e bendizer Jesus vivo mas não na mesma forma que eu.

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